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Visão desenvolvido pela profa. e editora deste portalDra. Ana Lúcia de Alcântara Oshiro é que o risco à reputação de uma empresa provém de uma dissonância entre as expectativas dos públicos de interesse em relação ao comportamento organizacional e suas propostas de valor entregues por aquela empresa ou marca e que impactam na percepção de valor dos variados públicos de interessados presentes no ambiente de mercado.
Mas, um grande ponto da atualidade é que, se antes essas expectativas giram em torno de temas da operação da empresa, elas circulam em torno de conceitos muito mais abrangentes de posicionamento da marca. E esse posicionamento pode estar relacionado a qualquer tema.
Não são poucos os casos de risco à reputação das marcas no mercado. Recentemente foi muito alardeado pela imprensa o caso da Gabriela Pugliesi, da executiva que infringia direitos humanos ou ainda exemplos mais antigos, como a tragédia ambiental em Mariana e Brumadinho, MG. O que todos eles têm em comum é o impacto (direto ou indireto, em maior ou em menor escala) nas marcas, nos resultados e no valor dos ativos das empresas que constituem esse ecossistema, como a própria pesquisadora demonstra em seus artigos e pesquisas.
A reputação como ativo corporativo atual
E essa é uma tendência que vem permeando o ambiente das organizações pelo mundo. Quer ver?
A velocidade e a origem do problema (notem que dos exemplos acima quatro em cinco são atribuídos a terceiros) são fatores de mudança nesse processo, principalmente aos sistemas de relacionamento e comunicação que se estabeleceram nos últimos anos com o avanço das interações em redes sociais, tanto para o início de uma crise, que pode gerar um dano à reputação, quanto à reação da marca envolvida. O cuidado aqui envolve atenção, planejamento e, principalmente, uma relação de diálogo ativo, “mas muito mais de coerência nas falas e comportamentos e sincronia com os valores” – reforçando a fala da editora e coordenadora científica da T. Academia - com todos os seus públicos de interesse prioritários. Mas veremos isso mais adiante.
Imagino que para os leitores, é mais do que claro quais são as consequências desses danos à reputação e que hoje, mais do que nunca, eles não se limitam apenas à imagem da marca. Isso quer dizer que num processo de gestão corporativa não é só o gestor da marca que deve estar envolvido. Isso impacta as gestões de marketing, vendas, financeira, operações, etc.
Isso está descrito em alguns artigos e estudos de especialistas ao redor do mundo, que remontam que as empresas que não estão preparadas e/ou não reagem com a velocidade adequada enfrentam perdas de valor de mercado na ordem de 5%. Enquanto aquelas que estão atentas, que monitoram, têm plano de contingência e reagem à velocidade adequada podem até sair fortalecidas de um risco à reputação, aumentando seu valor de mercado em até 10%.*
Mas, o que fazer?
Como falamos antes, um dos fatores chaves é a capacidade de reação e posicionamento rápidos às situações delicadas que envolvem a marca. Monitoramento além do posicionamento nessas novas interpretações de risco, do alinhamento de estratégias corporativas com comportamentos, valores e gestão muito apurada das promessas e das entregas em todos os aspectos” – reforça a pesquisadora.
Para que essa velocidade de reação seja possível, um universo de preparação deve ser levado em conta como: conhecer os seus públicos de interesse, entender como eles funcionam e qual o impacto de cada um na sua organização, mapear os processos de risco comportamento e de expectativas, frustrações ao longo de relacionamentos e práticas, atos e falas, da empresa e monitorá-los. Além, é claro, de agir com transparência, transmitindo aos seus públicos, os valores da empresa.
Fica claro que a gestão reputacional não é (mais) apenas atribuída à atuação de seu principal executivo ou ao gestor da marca. Ela deve ser uma decisão estratégica que envolve não apenas desde os valores e comportamentos de seus times até o monitoramento dos riscos e danos. Mas isso é assunto para outro artigo.
OSHIRO, Alcântara, Ana Lucia – Reputação – Norma, Ativo, Confiança - A Gestão da Reputação Virtuosa – in http://www.tacademia.com.br/livraria.asp
vide artigo Reputação pode ser assegurada? - http://www.tacademia.com.br/artigos.asp