A hora e a vez da humanização nas empresas

04/12/2020 - AUTOR: Barbara Nogueira*

 

O movimento exige um olhar atento para o gerenciamento das emoções e do bem-estar mental dos profissionais, uma vez que a situação pode desativar as defesas psíquicas e exacerbar sentimentos como estresse, angústia, ansiedade e depressão. Sendo assim, é fundamental que as pessoas desenvolvam ainda mais sua inteligência emocional, ao passo que as corporações precisam adotar estratégias de acolhimento, escuta e acompanhamento para identificar sinais de transtornos, ainda que leves. 

            Isso porque o ajuste a esse “novo normal” no ambiente de trabalho não é simples. No caso dos colaboradores que retornam aos escritórios, alguns vivenciam o medo do contágio pelo coronavírus, outros que estavam felizes com a atuação remota ficam insatisfeitos, além de existir aqueles que apresentam sequelas do isolamento ou dificuldades particulares. Por outro lado, o home office veio para ficar, porém há o risco de distanciar os funcionários da cultura da empresa ou reduzir a conexão e a integração entre os colegas. Sem falar, claro, daquelas pessoas que não se identificaram com esse modelo e gostariam de voltar para a atividade presencial. Não se pode, portanto, negligenciar esses aspectos, que têm grande impacto na motivação da equipe, na performance dos profissionais, nos resultados e no lucro das companhias. 

            Então, qual o caminho a seguir? A cultura corporativa foi desafiada, mais uma vez, frente a um cenário de total incerteza. No entanto, organizações mais estratégicas usam a necessidade de promover mudanças a seu favor, quebrando paradigmas e criando maneiras interessantes de transformar os negócios. A empresa precisa ser inteligente para entender quem pode voltar ao ambiente presencial e quem não precisa; quem quer e quem não quer. Isso está relacionado, principalmente, a promover uma cultura humanizada equilibrada, com o auxílio e a presença fundamental da tecnologia no dia a dia e privilegiando o protagonismo das pessoas. Ou seja, valorizando o aspecto mais importante de qualquer negócio: o fator humano.  

É claro que não é uma missão fácil, mas a humanização é a palavra-chave nesse cenário e não tem volta. As lideranças devem considerar esse componente, antes de efetivar medidas práticas. Aliado a isso, assim como estão atentos à segurança e à saúde física dos colaboradores, os gestores devem ampliar a psicologia corporativa, com implementação de avaliações de sintomas emocionais e de ações eficazes para reduzir ou prevenir eventuais problemas, garantindo o bem-estar mental de todos, estejam ou não em home office. É necessário, mais uma vez, que as organizações se adaptem com rapidez e da forma mais natural e humanizada possível, minimizando possíveis abalos psicológicos. 

Já em relação aos profissionais, cada pessoa também tem que fazer a sua parte. No cenário atual, a necessidade de buscar o autoconhecimento e trabalhar as próprias emoções de forma perspicaz e produtiva aumentou exponencialmente. A inteligência emocional é, hoje, um dos principais diferenciais no mundo corporativo e está ligada ao autocontrole, automotivação, empatia e relações sociais. Dessa forma, a dica, entre outras, para evoluir nessa habilidade é ampliar a consciência de si próprio, a capacidade de reconhecer os desencadeadores emocionais, pontos fortes e fracos, valores e objetivos, e de que maneira tudo isso afeta os pensamentos e comportamentos no dia a dia. E, mais do que nunca, é preciso estar bem alinhado com o líder e desenvolver uma comunicação ainda mais assertiva com todos da empresa.  


(*) Bárbara Nogueira é diretora, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua em todos os setores da economia na América Latina, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte. Possui certificação de Executive Coach pela International Association of Coaching e em Micro Expressões e programação Neurolinguística. É graduada em Psicologia, pós-graduada em Negócios e em Formação de Conselheira de Administração, ambas pela Fundação Dom Cabral. Tem vivência internacional na Inglaterra e Estados Unidos. 

 

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